Melhores práticas de gestão financeira para não seguir o exemplo da Americanas

O ano de 2023 começou com uma bomba que deixou muita gente surpresa. Como uma empresa do porte da Americanas pôde, de repente, entrar com um pedido de recuperação financeira na justiça? Bom, os motivos são vários, mas os principais passam diretamente por uma gestão financeira mal executada.

Por conta de inconstâncias contábeis ao longo de anos, a Americanas acumulou uma dívida na casa dos R$ 43 bilhões. Agora, a companhia tenta negociar com seus credores para se recuperar. No entanto, será um trabalho árduo até que as finanças se normalizem e a empresa se reequilibre.

Para quem olha de fora, o exemplo da Americanas ajuda a colocar luz sobre a importância da gestão financeira em um negócio. E para esclarecer ainda melhor o tema, neste artigo vamos explicar o que levou a gigante do varejo a chegar nesse ponto. Também daremos dicas, claro, de como você pode fazer a gestão financeira da sua empresa para não cometer erros semelhantes. Acompanhe!

O problema da gestão financeira da Americanas

 A dívida da Americanas surgiu de um problema no registro das dívidas que a companhia tinha com os fornecedores e os bancos. Acontecia o seguinte: a companhia comprava mercadorias dos fornecedores e quitava essa dívida com um empréstimo do banco. Isso permitia que o fornecedor recebesse e que a empresa pagasse a dívida com o banco depois que vendesse os produtos. Essa é uma prática normal no mercado.

Só que os responsáveis pela gestão financeira não fizeram os registros desse processo todo da maneira correta. Ao invés de registrar as dívidas com os bancos, que têm juros embutidos — ou seja, o valor da mercadoria mais um percentual de juros —, eles registravam as dívidas com os fornecedores, sem juros. Ao longo de vários anos, esse acúmulo se transformou em uma dívida bilionária.

E para piorar, muitas das dívidas da Americanas possuem condições variáveis em seus contratos. Como os juros aumentaram e os prazos diminuíram, era só questão de tempo para que as cifras se tornassem bilionárias.

No processo de recuperação judicial, a empresa está chamando os bancos e os fornecedores para renegociar prazos e descontos, o que pode levar meses e até anos. Nesse meio tempo, a Americanas pode tentar também vender alguns de seus ativos, como outras marcas, como Puket, Rede Natural da Terra e Hortifruti.

Visto isso, se você não quer cometer os mesmos erros em seu negócio, siga com a gente e entenda por que é essencial fazer uma gestão financeira eficiente.

O que é a gestão financeira e por que ela é tão importante

Gestão financeira é o conjunto de práticas e estratégias utilizadas pelos gestores para administrar todas as movimentações financeiras de um negócio. Ela está diretamente relacionada ao planejamento, organização, controle e análise de todas as atividades financeiras da empresa, envolvendo desde o fluxo de caixa até a tomada de decisões estratégicas. Inclui ainda o estabelecimento de orçamentos, a administração de recursos e a identificação de oportunidades de investimento.

Uma boa gestão financeira permite que a empresa tenha visibilidade sobre seus recursos e tome decisões estratégicas baseadas na disponibilidade deles. Assim, contribui para o alcance de metas, como lucratividade e redução de custos, além de garantir a continuidade das operações e possibilitar investimentos em novos projetos. Se bem feita, a gestão financeira pode ainda aumentar a credibilidade da empresa junto aos investidores e parceiros, contribuindo para sua imagem e competitividade no mercado.

E para ajudar você a planejar as finanças do seu negócio e não cometer erros semelhantes ao da Americanas, na sequência vamos abordar as melhores práticas de gestão financeira. Fique ligado!

Melhores práticas de gestão financeira

As melhores práticas de gestão financeira incluem desde a definição do orçamento até o controle de gastos e a gestão de fluxo de caixa. É fundamental que o gestor desenvolva um planejamento financeiro eficiente, estabelecendo metas para receitas e despesas — sejam elas operacionais, sejam de investimentos —, e estime prazos para alcançá-las.

Outra boa prática é manter registros financeiros atualizados e organizados, garantindo que as informações contábeis estejam disponíveis de forma clara e precisa. Com isso, é possível gerenciar o fluxo de caixa, identificar quais são as despesas fixas e variáveis, eliminar gastos desnecessários e avaliar a rentabilidade do negócio. O uso de softwares para otimizar essas tarefas também é bastante indicado, afinal, a tecnologia está disponível para auxiliar e melhorar ainda mais nosso trabalho, certo?

Do mesmo modo, é importante que a empresa tenha uma política de gestão de risco e que mantenha um fundo de reserva para eventuais imprevistos financeiros. Dessa forma, terá uma gestão mais eficiente e poderá se manter competitiva no mercado, com a tranquilidade de não gastar mais do que pode e, por isso, sem ter dívidas no horizonte.

Em resumo, é fundamental que as empresas adotem boas práticas de gestão financeira para garantir uma administração eficaz e colaborativa do seu capital. Uma gestão financeira responsável pode contribuir decisivamente para a realização dos objetivos empresariais e para a manutenção das suas atividades em longo prazo, sem o risco de acumularem grandes dívidas, o que culminaria em falência ou em um processo desgastante de recuperação judicial.

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