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O que é a moeda digital do Facebook? Veja os impactos no mercado
06 de abril de 2021Tempo de leitura: 6 minCategoria: Mercado
No final de 2019, o Facebook anunciou uma grande novidade: a Libra Association (agora Diem Dollar). Com previsão para o lançamento no início de 2021, a moeda digital do Facebook tem várias particularidades que a tornam diferente de outras. Por exemplo, ela será a primeira moeda digital privada do mundo.
Neste momento próximo ao lançamento, alguns debates voltam a surgir a respeito de criptomoedas: a questão da economia descentralizada, a popularização do mercado de criptomoedas e até mesmo afirmações sobre uma tentativa de centralização e controle privado da economia digital.
Neste artigo, vamos falar um pouco sobre a proposta das moedas digitais, as promessas da Libra, lançamento e suas principais implicações para a economia digital. Boa leitura!
O que é uma moeda digital?
As moedas digitais surgiram em 2009 e, desde então, se tornaram muito populares no mundo. Junto às contas e carteiras digitais, elas representam a transformação digital no mercado financeiro. A Bitcoin, uma das mais conhecidas criptomoedas, cresceu absurdamente nos últimos anos, sendo a moeda com a maior capitalização de mercado (cerca de 632 bilhões de dólares). Por exemplo, um único Bitcoin equivale a aproximadamente US$ 33 mil dólares.
As criptomoedas funcionam a partir de uma rede descentralizada, o que possibilita transferências de uma pessoa para outra sem a intermediação de um banco. Por não se submeterem à regulamentação de sistemas monetários ou a uma autoridade financeira, praticamente não há burocracia em sua negociação.
Em relação à segurança, o negócio digital costuma utilizar a tecnologia blockchain para garantir a seguridade das transações. Esse processo funciona da seguinte forma: quando há alguma movimentação envolvendo criptomoedas, ela é reunida em blocos que se conectam a outros por meio de códigos, formando uma grande “rede” (por isso o nome blockchain).
Essa rede de códigos é criptografada, ou seja, é aplicado um algoritmo para codificá-las e impossibilitar o acesso a seus dados originais a menos que seja aplicada uma chave de segurança específica que decodifica esses dados.
Para o investidor, as moedas digitais permanecem em suas carteiras digitais e, quando é necessário fazer alguma transação, elas são decodificadas e utilizadas. Hoje, existem diversas moedas digitais no mundo. Confira algumas:
A Diem Dollar, moeda do Facebook, está passando por diversas adequações antes de ser aceita e regulamentada. Entre as principais mudanças desde o anúncio do projeto, estão o nome, que antes seria Libra, e a emissão. Nesse momento, o grupo planeja emitir uma stablecoin que vai acompanhar o dólar americano.
A moeda digital do Facebook foi criada com o intuito de ser mais estável e acessível do que as já existentes. Outra característica da Diem é sua segurança: por ter participantes identificáveis por trás da rede, o dinheiro é muito mais rastreável que o de outras criptomoedas. Além disso, sua aquisição também promete ser bem mais simples: bastaria um celular com internet, conta na rede social e o CPF.
Se a criptomoeda tiver tantos adeptos quanto é esperado, a Diem poderá realmente mudar toda a dinâmica da economia global. Isso porque ela seria uma moeda privada, sob a qual outros países não teriam muito poder de influência. Pensando nisso, seria influenciada por outros fatores — sua valorização não dependerá da economia de apenas uma nação, mas de várias combinações.
Outra promessa da Diem Dollar é facilitar a transação de empresas, sobretudo nas redes sociais (pelo Facebook, pagamento pelo WhatsApp e compras no Instagram, por exemplo). Essa é mais uma maneira de facilitar e diversificar os métodos de pagamento (outra maneira é o pix para empresas, por exemplo).
Quando a Diem será lançada?
A expectativa é de que a Diem seja lançada no início de 2021, mas ainda não há uma data estipulada. Isso porque, para ser liberada para circulação, há uma série de exigências que precisam ser atendidas e mudanças que já foram realizadas para adequar a criptomoeda aos padrões internacionais necessários.
Na verdade, desde junho de 2019, o Facebook já havia anunciado a moeda. A expectativa inicial era a de que chegasse ao mercado em meados de 2020. Apesar disso, houve uma rejeição do produto nos moldes como havia sido pensada devido às complexidades que esse modelo traria para a economia. Nessa época, segundo o presidente do Banco Central dos Estados Unidos, Jerome Powell, a moeda trazia sérias preocupações e precisaria de revisão regulatória.
Vale a pena lembrar que, pela primeira vez, teríamos uma moeda privada em circulação mundial, acessível a qualquer pessoa com conexão à internet e uma conta no Facebook e que independesse da economia de um país específico, visto que ela seria cotada com base em uma cesta de títulos internacionais de diversos países somados.
Desde então, algumas das empresas que faziam parte da Libra Association, idealizadora da moeda do Facebook, resolveram deixar a Associação. É o caso de Visa, Mastercard, PayPal e eBay. A Diem, como é chamada agora, ainda tem enfrentado pressão do governo e de grandes nomes do mercado financeiro. Após as mudanças para atender aos órgãos reguladores, sua reestruturação deixa de ser tão complexa quanto antes e prevê adaptações com o passar do tempo.
Quais são os impactos esperados após o lançamento da moeda digital do Facebook?
A iniciativa promete ser um grande marco para a sociedade e nas tendências do mercado financeiro de hoje. Afinal, quase 2 bilhões de pessoas no planeta não têm acesso a serviços bancários em países subdesenvolvidos e desiguais.
A moeda digital do Facebook poderia ser facilmente adquirida e acessada por essas pessoas, e essa perspectiva é extremamente positiva para a economia mundial, pois a contribuição econômica aumentaria consideravelmente. Na Índia, um mercado potencial para a Libra, são 190 milhões de pessoas sem conta bancária.
Dar acesso a serviços financeiros para essa população é extremamente positivo para a economia como um todo. A importância da tecnologia para essa mudança está atrelada não somente à acessibilidade, mas à liberdade financeira para muitas pessoas sem acesso à internet.
No entanto, isso claramente preocupa os órgãos reguladores e as autoridades monetárias, pois o lançamento de uma moeda privada com alcance mundial poderia comprometer permanentemente o controle soberano das moedas públicas.
Quanto a outras criptomoedas populares, como a Bitcoin, especialistas acreditam que a Diem não afetará sua força. Afinal, uma das principais características do Bitcoin é a impossibilidade de rastreamento de suas transações, além de não ser necessária a identificação para obtê-las. No caso da criptomoeda do Facebook, todas as movimentações realizadas estarão vinculadas a um CPF e conta específicos, portanto rastreáveis.
Como você pôde ver, a moeda digital do Facebook promete trazer rupturas permanentes às moedas de hoje. Esse pode ser um passo importante para a independência do mercado econômico de fatores governamentais. Apesar das projeções positivas sobre a Diem, só saberemos de fato os impactos na realidade financeira quando ela for lançada para o público.
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