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Entenda o que é Open Banking e seus impactos no mercado financeiro
27 de fevereiro de 2020Tempo de leitura: 5 minCategoria: Mercado
A busca por inovação também é uma constante entre as instituições financeiras. Diante da transformação digital nesse mercado, muitas empresas estão correndo atrás de tecnologias que melhorem sua atuação, aumentam a eficiência e propiciem melhores serviços aos clientes, algo fundamental para se sobrepor à concorrência.
Nesse cenário, alguns conceitos chamam a atenção de quem está atrás do que há de mais novo nesse segmento. Entre eles, está o de Open Banking. Fizemos este post para explicar do que ele se trata, como surgiu e quais impactos pode ter no mercado financeiro. Boa leitura!
O que é Open Banking?
O termo Open Banking pode ser traduzido do inglês para o português como algo próximo a “banco aberto” ou “sistema bancário aberto”. A principal característica é permitir que os consumidores tenham mais flexibilidade para lidar com suas informações financeiras por meio principalmente de aplicações desenvolvidas pelas instituições do setor ou mesmo por terceiros.
Para isso, são utilizadas as chamadas APIs (sigla em inglês para interface de programação de aplicativos), uma tecnologia que tem como premissa a abertura e a integração entre diferentes plataformas e dispositivos, permitindo que elas “conversem”.
Para ter uma ideia um pouco melhor sobre o papel de uma API, basta pensar em seu smartphone e nos aplicativos que você usa todos os dias. Uma aplicação que necessita da câmera fotográfica do aparelho faz isso por meio de uma API, o que torna todo o processo de desenvolvimento de um novo aplicativo mais simples e universal.
Dessa forma, com o Open Banking, um banco qualquer poderia implementar uma API e todos os interessados em desenvolver aplicações para ele, com diferentes funcionalidades, poderiam fazer isso, disponibilizando novas ferramentas aos clientes. Isso raramente é feito hoje e, quando acontece, costuma demorar muito tempo ou funcionar com restrições.
Do mesmo modo, as empresas continuariam livres para desenvolverem os produtos e plataformas que forem de seu interesse. Com a implementação da API, todas elas estariam obrigadas a conversar numa mesma linguagem, gerando a integração proposta pelo Open Banking.
Num exemplo banal, com esse sistema devidamente implementado e regulamentado, uma mesma pessoa poderia movimentar diferentes contas de sua mesma titularidade por um único aplicativo, sempre com controle sobre as informações que deseja ou não compartilhar com as instituições financeiras com a qual mantém relacionamento.
Enquanto a iniciativa engatinha no Brasil, na Europa ela já tem um destaque um pouco maior, com regulamentações implementadas desde 2018 pelas autoridades do mercado financeiro. Porém, desde 2015, com a criação do The Open Banking Working Group, o conceito já tem espaço nas discussões sobre o futuro do sistema bancário.
No Brasil, tal discussão ainda engatinha. Em novembro de 2019, o Banco Central deu mais um passo no processo de regulamentação desse sistema ao abrir uma consulta pública sobre o assunto, o que permite que sejam dadas sugestões sobre como o Open Banking deve funcionar no país.
Essa coleta de sugestões se estendeu até o final de janeiro de 2019, entretanto ainda não permite saber quando o sistema bancário aberto começará efetivamente a funcionar por aqui.
Por que os bancos estão investindo no Open Banking?
Mas por qual motivo as discussões em torno da implementação do Open Banking chamam tanto a atenção dos mercados financeiros e principalmente dos bancos? A explicação para isso pode ser concentrada em uma única palavra: inovação. A busca por ela é constante, uma vez que dá a possibilidade de melhorar a experiência do cliente e de encontrar novas receitas.
Além disso, as possibilidades são muitas e extremamente necessárias, principalmente quando levamos em conta a nova geração de clientes, acostumados ao ambiente digital desde que nasceram a habituados a consumir produtos cada vez mais personalizados.
Logo, com o Open Banking, a expectativa é que seja possível repetir essa experiência quando o assunto for lidar com dinheiro, reduzindo diversas chateações comuns hoje em dia para quem precisa de serviços bancários.
Ao mesmo tempo que podem oferecer serviços mais alinhados às necessidades de clientes cada vez mais exigentes, os bancos poderão oferecer seus diversos produtos por diferentes canais de forma simultânea, ampliando a lucratividade.
Quais os impactos do Open Banking no mercado financeiro?
Ao mesmo tempo em que abre novas oportunidades para os bancos, o Open Banking tem o potencial de tornar o mercado ainda mais competitivo, principalmente por causa das chamadas fintechs.
Esse termo em inglês (que une os termos financial e technolgy) designa empresas de tecnologia que oferecem serviços financeiros, como contas digitais, cartões de crédito ou mesmo empréstimos. Muitas delas já fazem sucesso no mercado brasileiro.
Graças às estruturas mais enxutas e organização mais flexível, conseguem tanto oferecer tarifas e serviços mais competitivos quanto trabalhar em inovações de forma mais ágil, fazendo com que elas cheguem mais rápido ao consumidor final.
Ou seja, o Open Banking estimula a concorrência tanto ao aumentar a autonomia do consumidor, que será livre para conceder acesso a seus dados financeiros, quanto ao reduzir a barreira para a entrada de novos competidores no mercado. Além disso, será possível usufruir de serviços mais baratos, diferentemente do que acontece atualmente em muitas situações, nas quais as tarifas de inúmeros serviços são pouco convidativas.
Todavia, a implementação redobrará as discussões sobre a importância da privacidade e da segurança dos dados dos usuários. Nessa hora é que ganham importância legislações específicas, como a Lei Geral de Proteção de Dados, criada em 2018, mas ainda em fase de implementação.
Ela dará aos bancos e demais instituições financeiras uma diretriz sobre como atuar com os dados dos clientes, bem como garantirá a autonomia de quem fornece as informações.
O futuro traçado pelo Open Banking é promissor tanto para os empreendimentos quanto para quem utiliza os mais diversos serviços financeiros. Não é possível saber qual será a dimensão exata no mercado dessa inovação, mas a expectativa é a de que altere bruscamente a maneira como lidamos com uma série de questões do setor.
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