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Veja como funciona o shadow banking e quais são seus riscos
05 de julho de 2022Tempo de leitura: 5 minCategoria: Mercado
Você já ouviu falar em shadow banking? Esse termo define um grupo de empresas que atuam no sistema financeiro de forma paralela. Com isso, elas não contam com a regulamentação das autoridades do setor.
Mas quais são os objetivos dessa estrutura paralela que, muitas vezes, cruza fronteiras e atua em vários países de maneira simultânea? Mais importante: quais riscos esse tipo de prática oferece, tanto para as pessoas quanto para o sistema financeiro? As respostas para essa pergunta estão ao longo do artigo. Confira!
Afinal, o que é o shadow banking e quando ele surgiu?
A definição resumida que trouxemos na introdução já dá uma boa ideia do que é o shadow banking. Outra forma de entendê-lo é pela tradução do termo que o define: no português, teríamos algo como “sistema bancário das sombras”. Ele também é chamado de sistema bancário informal.
O seu surgimento data do começo do século XXI. O shadow banking envolve uma série de intermediários não regulamentados que incluem bancos de investimento, fundos hedge, operações com derivativos, operações de factoring e mecanismos de empréstimos descentralizados, entre outros.
Na prática, as instituições que negociam no shadow banking estão a procura principalmente de locais onde possam escapar das regras dos sistemas bancários tradicionais. Entre muito das exigências das instituições financeiras regulamentadas estão reservas de capital, liquidez e outras medidas necessárias para a prevenção de quebras e falências.
Tal descumprimento das normas permite que muitas instituições desse mercado paralelo operem com alto grau de alavancagem. Em poucas palavras, a alavancagem é um tipo de operação de crédito no qual uma pessoa ou empresa consegue operar em determinados mercados com uma capacidade financeira muito maior do que ela efetivamente tem.
Como consequência, os riscos disparam e, caso algum problema aconteça, os prejuízos podem ser irreversíveis. Com isso, boa parte do shadow banking está voltada para intermediar as operações entre credores e tomadores de crédito, liberando empréstimos que não seriam concedidos se todas as regulamentações fossem seguidas à risca.
Não por menos, muitos especialistas apontam os intermediários do shadow banking como um dos gatilhos da crise de 2008. Eles operavam com alto grau de alavancagem em meio à concessão frenética de crédito imobiliário. Quando o sistema colapsou pelo aumento da inadimplência, muitas dessas instituições despencaram, levando boa parte da economia mundial.
Como o shadow banking funciona na prática?
O sistema bancário tradicional, com o qual lidamos todo o dia, tem uma série de regulamentações, impostas não apenas pelos governos locais, como também por meio de convenções internacionais, que ordenam e fiscalizam a remessa de recursos entre os países. No Brasil, por exemplo, cabe ao Banco Central regulamentar e supervisionar a atuação das instituições financeiras que atuam no país.
Entre muitos desses parâmetros de regulamentação está a determinação de que um banco receba depósitos e tenha margem para garantir todos os seus compromissos financeiros, incluindo o saque desses recursos depositados. Isso permite que você deixe seu dinheiro depositado e não precise se preocupar em sair correndo para sacá-lo caso algo de ruim aconteça no mercado.
Além disso, os bancos também devem fiscalizar e alertar as autoridades fiscais e monetárias sobre as movimentações dos seus clientes, incluindo a origem do dinheiro recebida.
Nada disso acontece com uma instituição financeira que atua nas sombras. Sem a regulamentação, elas podem assumir negócios que nenhuma instituição financeira supervisionada assumiria. Isso inclui, como já mencionamos, alto grau de alavancagem e operações de risco elevado.
Quais os riscos do shadow banking?
Há quem alegue que a existência do shadow banking favorece a inovação no sistema bancário, descentraliza uma série de operações, aumenta a eficiência da economia e facilita negócios que, de outra forma, não aconteceriam. Além disso, não é raro que esse sistema paralelo atue preenchendo lacunas deixadas em branco pela regulação.
Contudo, como a crise de 2008 mostrou, a existência desse sistema traz riscos sistêmicos (ou seja, que englobam toda a economia). Assim, as instituições desse sistema paralelo começam a entrar no radar dos reguladores mundo afora, principalmente para reduzir o grau de alavancagem desses negócios.
Vale reforçar que uma empresa atuar no shadow banking não a torna ilegal automaticamente. De todo modo, ao fugir da regulamentação, ela pode estar assumindo riscos que seriam proibidos a negócios inseridos no sistema tradicional.
No Brasil, o presidente do Banco Central, Roberto Campos, disse em entrevista, em 2020, que as regras do sistema financeiro brasileiro são amplas, fazendo com que várias entidades enquadradas como “shadow banking” já estejam sob alguma regulamentação. De qualquer forma, com a expectativa de crescimento desse tipo de negócio, o Banco Central atua constantemente para identificar novos atores dessa rede.
Como você pode se proteger?
Em todo caso, a melhor forma de se proteger dos riscos do shadow banking é fugindo de operações que aconteçam ao largo da regulamentação do mercado. Não é raro que fundos de investimento que operam nesse sistema paralelo apareçam oferecendo possibilidade de retornos consideráveis. Porém, como já destacamos, tais promessas quase sempre são baseadas numa exposição excessiva ao risco, do qual ninguém está protegido.
É claro que, muitas vezes, a burocracia do sistema bancário tradicional incomoda, mas parte desses procedimentos serve, sobretudo, para garantir a segurança não só dos envolvidos, mas também da economia. Uma vez que os reflexos da crise de 2008 são sentidos até hoje, todo o cuidado é pouco com qualquer ação que caminhe para a desregulamentação das atividades financeiras.
Por isso, sempre que for investir ou contratar crédito, procure por instituições financeiras com autorização para funcionar e que sejam supervisionadas pelas autoridades monetárias do país, que prestem contas aos seus clientes e ao mercado. Tal cuidado reduz parte dos riscos comuns aos sistemas bancários que fica nas sombras.
Shadow banking nem sempre é sinônimo de ilegalidade, como destacamos. Todavia, a manutenção desse sistema paralelo traz uma série de riscos para a economia, o que faz com que eles entrem no radar das autoridades financeiras do mundo todo. Por isso, para evitar maiores problemas, é sempre importante estar atualizado e fugir de perigos desnecessários.
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